segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


Magic Square nº5, Helio Oiticica - Foto: Jhonatan Melo

Adentrei o espaço de cores mágicas

Contorcendo-me ao som de cada passo.

Cada estalo trazia à tona a essência de toda primitividade adormecida.


Me percebi por completo: ouvidos, olhos, pés, boca, mãos, nariz, poros, células, veias, músculos, pelos, ossos...


Me vi submerso em pensamentos, sensações, novidades, cores e parangolés...

E foi isso que me veio à mente: dar vida às fantásticas cores da imensa praça mágica!


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010



Não se aproxime de mim.

Prefiro reparar-te de longe

Mirar teus olhos que desviam-se para todos os lados
E perdem-se, sós.
Não se aproxime de mim.
De perto a sua forma se transforma em vulto embaçado
Ao ponto de suas intenções confundirem em graus as minhas retinas.
Não chegue perto de mim.
De longe percebo, ao menos, seus movimentos
Mas de perto um certo pavor me cega.

Meu cérebro, necessitado, ordena que eu toque:
Toco, sinto e padeço, lamentando ser, de perto, apenas uma ilusão.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Confissão IV

Muitas músicas poderiam traduzir
o que estou sentindo agora
,

Mas o silêncio se encaixou perfeitamente
ao desespero do meu coração.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Há muita gente pensando como eu
Há muita gente parada como eu
Há muita gente errando como eu
Há muita gente chorando como eu

Muita gente cantando a mesma música
Pronunciando as mesmas palavras
Respirando no mesmo compasso
Andando na mesma velocidade... que eu.

Há muita gente que se perde às vezes
Muita gente que prefere não se achar
Muita gente que se esconde em si
Muita gente que se une à mesma solidão... que eu.

Há muita gente olhando na mesma direção
Gritando no mesmo tom
Tentando se fazer ouvir
Se calando pra tentar ouvir... como eu.

Como eu... Eu?
Nada.

Há muita gente.
HÁ MUITA GENTE.
Há-muita-gente.


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Confissão III - 23/07

[...]

Deixo que o tempo amasse suas cartas e rasgue suas fotos.
Me permito ver seu rosto se esvair aos poucos da minha lembrança
E torço para que não sobrem vestígios, para que não nasçam marcas,
Para que não haja nós.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Confissão II

Para ser feliz...

Entregar-se por inteiro?
Apenas oferecer-se por partes?

Ficar só.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Confissão I

Se não necessitas de amor
Deixe-me ser só.


Ainda não aprendi a querer por partes,
Ainda não aprendi a não amar intensamente.

E, sinceramente, eu não pretendo ser pela metade.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobre a linha reta...

A linha reta - essa foi a minha maior questão hoje. Fui desafiado a construir linhas em uma folha de papel... linhas retas, horizontais e verticais. Linhas comuns, que todo mundo faz. Mas eu percebi que não me dou com elas. É isso, não me dou mesmo!
Eu tentei, esbocei, me esforcei mas a tal linha insistia em levar o lápis para outro rumo, em fugir do proposto, em desalinhar-se!
-Pronto! Folha preenchida.
Pensei comigo.
-Mas será que deu errado? Tá tudo meio torto, meio desordenado, meio diferente...
O tempo parou e eu ali, olhando, observando, absorvendo... acabo por me apaixonar pela cadência nas minhas linhas, por seu jeito solto, por suas formas de brincar, por suas curvas. A folha continua em cima da minha mesa, me encantando, me ensinando e eu submerso em sentimentos inexplicáveis e até meio difíceis de ser despertados por um monte de linhas em uma folha de papel, e...
-Já terminou?
Atrás de mim a professora.
-Agora pode começar em outra folha. Tenta acertar essas linhas e essa folha você já pode descartar.